A História Completa do Anjo da Morte de Auschwitz, de Gerald Posner

Quando ouvimos falar em Segunda Guerra Mundial, de pronto o nome de algumas criaturas emblemáticas nós vem em mente, como Hitler, Goebbels e Himmler. Todos conhecidos como protagonistas da engenhosa máquina de destruição nazista, mas nenhum considerado tão cruel e sádico quanto Mengele, o anjo da morte de Auschwitz.

Josef Mengele nasceu em 16 de março de 1911, em uma abastada família vinculada, ainda hoje, à industrialização de máquinas e produtos agrícolas. Sua juventude foi sustentada pela sua dedicação aos estudos acadêmicos, tendo finalizado um doutorado em antropologia e medicina pela Universidade de München.

Com a Segunda Guerra e a criação dos campos de concentração, Mengele foi designado ao campo de Auschwitz, onde deu início aos grotescos eventos que circundaram o genocídio de mais de 10 milhões de judeus, ciganos, eslavos, homossexuais, anões e outras minorias.

Antes do término da guerra, após ordem de destruição das provas dos campos de concentração, Mengele empreendeu fuga, contando com a ajuda de sua influente família. Quando sua existência foi conhecida pelas autoridades, após o término da guerra, o médico já havia fugido para a Argentina, onde se estabeleceu por alguns anos.

Com o caos mundial do pós-guerra, Mengele conseguia descobrir com antecedência e facilidade os planos de caça e emboscada das autoridades, o que impulsionava seu deslocamento entre a Argentina, Paraguai e Brasil. Sua localização apenas foi efetivamente descoberta após a sua morte, quando seus restos mortais foram exumados e sua identidade confirmada.

A biografia escrita por Gerald Posner e John Ware pouco explora a vida de Mengele antes e durante da Segunda Guerra e procura se debruçar sobre os todos os eventos da vida do médico após o término da guerra. A pesquisa realizada pelos escritores consegue desvendar brilhantemente os mistérios sobre o seu paradeiro, cujo desfecho, popularmente, já era dado como sobrenatural.

A ausência de um julgamento formal e uma consequente condenação, como aconteceu com Eichmann em Jerusalém ou com diversos líderes nazistas em Nuremberg, fazem com que, ainda hoje, a figura de Mengele assombre àqueles que clamam por justiça.

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