A Descoberta da Currywurst, de Uwe Timm
- Mariana Knorst
- 29 de set. de 2020
- 2 min de leitura

Indiscutivelmente, um dos principais pratos da gastronomia alemã é a Currywurst.
O fast food, que possui até um museu (Deutsches Currywurst Museum), teve sua origem após término da Segunda Guerra Mundial, mais precisamente em 1949, contudo, sua autoria é ponto de divergência.
Apesar de grande parte dos cidadãos alemães acreditar que a inventora do prato foi Herta Heuwer, uma empresária do ramo gastronômico, outros acreditam que a origem da Currywurst se deu em momento anterior.
Um dos adeptos desta última hipótese é o escritor Uwe Timm, que diz lembrar de ter comido pela primeira vez a Currywurst em Hamburgo em 1947. Inspirado por essa lembrança, Timm escreveu o ficcional A Descoberta da Currywurst.
Na história, em viagem à Hamburgo, a cidade da sua infância, o narrador decide tirar a prova acerca da origem da Currywurst, prato que, assim como autor, lembra de ter comido pela primeira vez em 1947.
Para tanto, decide visitar Lena Brücker, a dona da carrocinha que vendia a iguaria. São necessários sete encontros para que Lena apresente todo o contexto da origem da Currywurst, mencionando fatos da guerra e aspectos da vida pessoal.
Contudo, a descoberta do prato acaba ficando em segundo plano quando somos apresentados a todos os elementos que provocaram a sua origem. Lena resgata histórias dolorosas da guerra, traz à tona o sofrimento, a dor e o conflito entre o dever e o amor.
Uwe Timm, um dos principais autores alemães contemporâneos, consegue compactar em menos de 200 páginas todos os sentimentos que mencionei. A história que, tranquilamente, poderia se desdobrar em outras tantas páginas, é pontual, clara e impactante.
Apesar de a personagem Lena ser fictícia, acredita-se que a intenção de Timm era personificar a mulher alemã que vivenciou a guerra, a sua luta diária pela subsistência e sua criatividade de reinvenção, características que alicerçaram a reconstrução do país.
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